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Arquivo da categoria: Epidemias e Endemias
9220 – Medicina – Rasteira na Dengue
Foi descoberta uma ligação genética entre o mosquito hospedeiro e o vírus da dengue que determina a transmissão da doença. Com o resultado, a pesquisa feita por franceses e tailandeses pode criar métodos para interromper o ciclo de contaminação no seu início e, assim, diminuir os casos de dengue.
A estudo feito pelo Instituto de Pesquisas de Ciências Médicas das Forças Armadas (Afrims), em Bangkok, juntamente com o Instituto Pasteur, em Paris, revelou que os mosquitos são sensíveis a uma determinada estirpe do vírus e, ao mesmo, tempo resistente a outras. Os cientistas esperam que a descoberta leve a novos medicamentos para controlar a dengue e, no futuro, a produção de mosquitos transgênicos mais resistentes ao vírus.
O Afrims criou 20 mil fêmeas do mosquito por semana especialmente para a pesquisa. Diferente do mosquito transmissor da malária, o Aedes aegypti prefere as regiões urbanas e locais onde a água se acumula.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), por ano, mais de 100 milhões de pessoas no mundo são contaminadas com o vírus da dengue. Essa doença é uma epidemia em mais de 100 países tropicais. Mas com as mudanças climáticas e a globalização, ela começa aparecer em regiões de temperaturas mais moderadas.
No Brasil, a última grande epidemia foi registrada em 2010, com cerca de 4 mil municípios infestados. Os sintomas da dengue são parecidos com o de uma gripe forte, porém com dores nos ossos e articulações que duram semanas. Em 5% dos casos, o vírus pode ser mais perigoso e levar à morte.
O próximo passo do estudo é fazer um mapeamento dos fatores genéticos que determinam a dengue em mosquitos. Lambrechts acredita que a pesquisa irá ajudar outros cientistas a interromper completamente o início do ciclo de transmissão da doença.
Em 2014, uma vacina para a dengue pode ser liberada. No Brasil, desde 2006, o Instituto Butantan está pesquisado esse método. Mas a maioria dos cientistas concordam que uma abordagem diversificada é ideal para controlar a dengue.
Na Tailândia são usados métodos naturais e tradicionais, como a mistura de capim cidreira e água que atrai o mosquito e mata suas larvas depositadas nessa água.
Além disso, um peixe que come as larvas também é usado no combate à dengue. Mas o pesquisador alerta que os peixes não devem ser colocados em recipientes com água que será consumida.
8980 – Relatório da ONU Confirmou: Novos casos de Aids caem 33% desde 2001
Relatório divulgado nesta segunda-feira (23 de setembro) pela ONU (Organização das Nações Unidas) mostra uma redução de 33% de novos infectados pela Aids em todo o mundo entre 2001 e 2012, incluindo crianças e adultos.
O resultado mantém a tendência de queda que vem ocorrendo desde 1997, conforme relatórios divulgados pela ONU neste período.
Em 2011, por exemplo, o órgão estimava em 2,5 milhões de novos infectados. O relatório liberado hoje diz que esse número caiu para 2,3 milhões pessoas infectadas em 2012. A ONU ressalta que em pelo menos 26 países o percentual caiu mais de 50%.
A Unaids, órgão da ONU que cuida do combate à Aids, celebra a redução de novos infectados entre crianças. Ao todo, 260 mil crianças contraíram Aids no ano passado, uma queda de 52% desde 2001.
De acordo com o relatório, hoje cerca de 35 milhões de pessoas vivem com Aids no mundo.
O documento ressalta que o aumento do acesso ao tratamento têm dado mais sobrevida aos infectados, o que faz crescer o número de pessoas registradas com Aids. Segundo a ONU, a expectativa é que em 2015 ao menos 15 milhões estejam recebendo tratamento. Até o fim de 2012, o número era de 9,7 milhões.
A ONU comemora também a redução no número de mortes, em torno de 30% em relação a 2005. Em 2012, 1,6 milhão de pessoas morreram por causa da Aids, ante 2,1 milhões sete anos antes.
8968 – Por que não é possível contrair HIV com picada de pernilongo?
Primeiro, porque precisa haver uma compatibilidade entre o hospedeiro e o parasita (como na malária, em que o Plasmodium ocupa o organismo de um mosquito do gênero Anopheles). O HIV não consegue sobreviver dentro do mosquito e acaba sendo digerido.
Além disso, o mosquito não seria capaz de inocular vírus suficientes de HIV para contaminar uma pessoa. Caso o vírus já não fosse digerido pelo mosquito, estima-se que seriam necessárias 10 milhões de picadas para iniciar uma infecção. Por fim, um pernilongo não funciona como uma seringa suja de sangue. Antes de se alimentar, ele regurgita saliva na vítima (no caso da malária, com o Plasmodium), enquanto o fluxo de sangue, que entra por outro canal, é sempre unidirecional.
8899 – História da Medicina – Um Mundo nos Tempos de Pestes
Nos países industrializados, os problemas cardíacos e o câncer formam uma dupla campeã de causa de mortalidade, devido aos hábitos e, ironicamente, à longevidade conquistada pelo homem moderno. Pois essas doenças degenerativas precisam de um tempo maior para se desenvolverem. E, até o início deste século, as pessoas costumavam morrer antes desse prazo, infectadas por parasitos de toda espécie. Contudo, apesar de provocarem um menor número de vítimas hoje em dia, as doenças infecciosas continuam a atemorizar, talvez por serem as únicas transmissíveis de uma pessoa para outra. A compreensão das infecções começou a avançar para valer em 1348, quando estourou a chamada Peste Negra na Europa. Foi uma dura lição: em apenas dois anos, morreu de peste um quarto da população do continente, estimada em 102 milhões de habitantes. Naqueles tempos, acreditava-se que até o olhar de um doente podia contaminar alguém.
Esta, ao menos, era a convicção dos mais céticos. Porque, para a maioria das pessoas, uma epidemia — ou seja, o surto de uma doença infecciosa — era um castigo divino, que vinha diretamente do céu ou, quem sabe, do inferno.Por isso, no auge da epidemia de peste, o papa Clemente VI conclamou os fiéis de toda parte a pedir clemência em Roma.
Fugir literalmente das doenças era a única terapia eficiente no passado: o escritor italiano Giovanni Boccaccio (1313-1375), em um dos contos de seu célebre Decamerão, relatou que sete donzelas e três rapazes se refugiaram em uma casa de campo, para se prevenir da peste em Florença; ali ficaram, durante mais de mil e uma noites, inventando histórias para passar o tempo.
Entre os séculos XIV e XVIII ocorreram nada menos que dez pandemias, ou seja, a doença se espalhou pelo mundo inteiro. Ao primeiro sinal da peste nas cidades, os ricos escapavam para o campo e eram, geralmente seguidos pelos médicos, que precisavam de pacientes endinheirados para pagar por seus serviços. “A doença, em uma etapa inicial, era transmitida pelos ratos, infectados pelo bacilo Yersinia pestis”, explica Passos. Em Veneza, aliás, por volta de 1350, as pessoas já desconfiavam do papel sinistro dos roedores. Daí, quando um navio chegava do Oriente, os passageiros ficavam retidos na embarcação durante quarenta dias, por causa da possibilidade de os porões esconderem ratos clandestinos. Passado esse período, se não havia sinal da peste, o capitão hasteava uma bandeira branca na proa: estava criada a quarentena, conhecida até hoje. Baixo e calvo, o epidemiologista tem mania de organização; por isso, redigiu de maneira clara as formas de contaminação de diversas doenças.
Segundo Passos, o bacilo da peste, ao infectar o organismo humano, se aloja nas células dos gânglios linfáticos que, aproximadamente, dois dias mais tarde ficam inflamadas, formando ínguas ou bubões — eis a razão do nome peste bubônica. “Mas, em uma segunda fase da moléstia, as bactérias escapam pelas secreções do nariz. Então, torna-se possível a transmissão entre pessoas”, descreve o médico, com a fala mansa. “Havia lógica, portanto, no movimento de fuga das cidades: a aglomeração urbana oferecia mais riscos do que a vida no campo.” Ao observar que a proximidade tornava a contaminação viável, o francês Charles Delorme (1584-1678), médico de Luis XIII, defendeu o uso de vestimentas especiais, durante uma epidemia de peste em Marselha. Ele criou, assim, o primeiro uniforme de médico, nada parecido, aliás, com o tradicional avental branco: o modelo escuro exibia uma máscara na forma de bico, que continha substâncias aromáticas.
Só em 1890, o pesquisador suíço Alexandre Yersin (1863-1943) e o japonês Shibasaburo Kitasato (1856-1931) descobriram, em Hong Kong, o bacilo causador da peste. Na realidade, o Yersinia pestis não surgiu de repente, isto é, já existia muito antes das epidemias medievais. Há indícios de que a maioria dos agentes infecciosos conhecidos hoje convivem com o homem desde a Pré-história. Por incrível que pareça, apesar dos danos que provocam à nossa vida, esses microorganismos são os maiores derrotados na batalha pela sobrevivência. Pois os parasitos bem-adaptados ao longo da evolução não matam seus hospedeiros, numa atitude suicida, como fazem os infecciosos. Por sinal, é provável que alguns destes tenham, primeiro, infectado bichos; mas, quando o homem passou a domesticar animais, esses microorganismos passaram por mutações genéticas, a fim de aproveitar a oportunidade de parasitar outra espécie — a humana. Estudos na área da Genética mostram que o vírus do sarampo, por exemplo, é descendente direto do vírus da raiva nos cães. Já o vírus da gripe tem um parente próximo, que prefere infectar os porcos. A varíola, por sua vez, seria similar a uma moléstia típica das vacas.
Mas, pior do que a passagem do bicho para o homem — que pode levar milhares de anos — é a contaminação de um ser humano por outro ser humano, que costuma ser imediata. Uma prova disso é a expansão dos povos mediterrâ-neos que, de acordo com os historiadores, coincidiu com uma série de registros de epidemias. Por volta do ano 500 a.C., esses povos aprenderam a navegar. Antes, cada cidade, isolada, tinha doenças locais, às quais as pessoas estavam adaptadas de alguma maneira. Elas, até então, se deslocavam por terra. Ou seja, se um viajante adoecia no caminho, tinha grande probabilidade de morrer antes de terminar o trajeto. No entanto, com a velocidade das travessias por mar, em que se percorriam cerca de 100 quilômetros por dia com a ajuda do vento, era possível um doente chegar vivo ao destino — e transmitir a moléstia.
Muito mais tarde, no século XII, por exemplo, a lepra chegou ao Ocidente, no rastro das Cruzadas. Segundo as famosas tábuas de Hamurabi, rei da Babilônia, datadas do século XVIII a.C, a doença existia em sua época, quando desfigurava seus súditos. De fato, o bacilo de Hansen, causador do mal — descoberto apenas em 1873 —, provoca lesões da pele, arrasando com suas terminações nervosas. A aparência das vítimas era assustadora. Por isso, os europeus, espantados com a suposta nova doença, resolveram segregá-las em asilos, os lazaretos, assim chamados porque os primeiros deles surgiram na Ilha de San Lazzaro, perto de Veneza. No século XVIII, somavam-se cerca de 19000 lazaretos na Europa, sempre fora dos portões das cidades.
Os primeiros casos aconteceram em Barcelona, em 1493, por isso o mal ficou conhecido como “doença espanhola”. Poucos anos depois, surgia na França e, quando apareceram casos na Alemanha, citavam a “doença francesa”. Como os europeus costumavam viajar para o Oriente, em 1496 já se encontravam sifilíticos na Ásia. O médico alemão Johannes Widmann (1440-1553) reconheceu que as pessoas se contaminavam pelo sexo — uma dedução fantástica, considerando os recursos da época. Em países como a França e a Alemanha, os banhos públicos mistos foram terminantemente proibidos. Mas isso não resolveu o problema das epidemias, já que os marinheiros, na volta de suas viagens, continuavam espalhando a doença.
Como a sífilis, outras doenças fizeram longas trajetórias, acompanhando o homem em suas conquistas. Com isso, pode-se dizer que uma das maiores marcas da Idade Moderna foi a eclosão simultânea de diversas epidemias. Estima-se, por exemplo, que entre os séculos XVI e XVII, na Inglaterra, nove em cada dez mortes eram por doenças infecciosas. Pois, nessa época, ali existiam ao mesmo tempo epidemias de sarampo, cólera, varíola, peste bubônica, sífilis, lepra e tuberculose — era mesmo difícil sair imune. É claro que uma doença surge quando um parasito, para se reproduzir, precisa destruir as células do organismo em que se hospeda — estrago que se reflete nos sintomas da moléstia.
Por sua vez, corre-se o risco de epidemias, se o microorganismo vândalo pega carona no organismo de um viajante — isto faz sentido. Mas, muitas pessoas podem se indagar como, depois de atravessar tantas epidemias, o homem conseguiu sobreviver até a década de 40 deste século, quando se testaram pela primeira vez as drogas antibióticas, capazes de curar todas as infecções, menos as produzidas por vírus. Uma coisa é certa: a cada surto de determinada infecção, os sobreviventes tendem a adquirir anticorpos específicos contra o parasito responsável, surgindo gerações de pessoas cada vez mais resistentes. Além disso, muitas vezes, uma bactéria compete com outra — e, nessa briga, o homem pode sair ganhando.
Durante muito tempo, os cientistas buscaram explicações para o final das reincidências de peste bubônica. Estudos recentes sugerem que as epidemias de tuberculose no século XVIII serviram para imunizar as pessoas contra a peste. Ou seja, os anticorpos que o organismo cria para combater o bacilo de Koch, responsável pela doença pulmonar, eram versáteis o bastante para atacar também a outra bactéria. Mas a tuberculose, embora grave, matava com menos freqüência do que a peste. Esta, infelizmente, teve um substituto à altura: naquele século, eclodiram inúmeros casos de tifo na Inglaterra. Dali, o mal partiu para a América, incluindo o Brasil. Dores de cabeça insuportáveis e febres altíssimas eram queixas comuns nas prisões inglesas.
Transmitido pelo piolho, o tifo resulta diretamente da falta de higiene. A situação piorou quando os soldados de Napoleão, em sua retirada da Rússia, entre 1813 e 1814, espalharam a doença por toda a Europa. Aliás, as guerras facilitam o aparecimento de certas epidemias, como a do tifo. Por sorte, logo em seguida, o estudo das doenças passou por duas verdadeiras revoluções. Isso porque, apesar de as bactérias terem sido descobertas em 1674 pelo microscopista holandês Van Leeuwenhoek, apenas no século XIX o químico e microbiologista francês Louis Pasteur conseguiu provar que os microorganismos são capazes de provocar doenças.“Só então, com o avanço da Bacteriologia, os médicos começam a combater efetivamente as moléstias”, opina Emerson Mehry, da Unicamp. “Antes, determinada doença era encarada como uma série de sintomas, com uma ordem de entrada em cena que, conforme o caso, podia até ser bem conhecida dos médicos”, explica o estudioso da história. “Eles esperavam ou provocavam um por um dos sintomas, de modo que, se passasse o último deles, a doença teria igualmente passado.
8895 – ☻Mega Notícias – Luz para exterminar mosquito da dengue
Preocupados em eliminar o mosquito da dengue de uma forma não prejudicial ao meio ambiente — ao contrário dos larvicidas usados para o extermínio do mosquito, que contaminam o ambiente —, uma equipe de pesquisadores da USP de São Carlos resolveu testar um novo método para solucionar o problema: a terapia fotodinâmica. O projeto, de autoria da mestranda em biotecnologia Larissa Marila de Souza, tem como objetivo impedir a proliferação do pernilongo transmissor da doença, o Aedes aegypti, usando diferentes fontes de luz, como o sol ou lâmpadas fluorescentes.
Para testar a hipótese de que a terapia fotodinâmica, até então usada apenas no tratamento de lesões malignas e no controle microbiológico, funcionaria também nos mosquitos, Larissa mergulhou larvas do pernilongo em uma solução com uma droga fotossensibilizadora, ou seja, cujo comportamento e ativação são controlados por meio da luz. Depois disso, ela expôs as larvas a diferentes tipos de iluminação, e os resultados foram significativos: na exposição à luz solar e às lâmpadas fluorescentes, a mortalidade foi de 90% das larvas. Na exposição aos LEDs, essa porcentagem caiu e ficou entre 70 e 80%.
Os cientistas realizaram também experimentos com pernilongos da dengue adultos, e os resultados se mostraram tão promissores quanto os dos testes feitos somente com larvas. Após alimentar os mosquitos adultos com a droga fotossensibilizadora (dissolvida em uma mistura de sangue de carneiro e açúcar, para atrair os animais), os pesquisadores perceberam que os ovos resultantes do acasalamento entre esses mosquitos não eclodiram. Em outras palavras, os pernilongos passaram a ser incapazes de se reproduzir de maneira correta.
“Ainda precisamos fazer mais experimentos para saber, com certeza, se a não eclosão dos ovos está relacionada à presença do fotossensibilizador no organismo”, explica Larissa.
A orientadora do projeto, Natália Mayumi Inada, conta que agora a equipe está testando a eficácia de outras substâncias químicas fotossensibilizadoras. Entre elas, estão a clorina, capaz de matar fungos e bactérias, e a curcumina, produzida a partir das raízes do açafrão.
8878 – Saúde – Doenças causadas pelo trabalho noturno
Ao efetuar as tarefas no turno da noite, o trabalhador gera o costume de descansar pouco em virtude de dormir durante o dia e se manter alerta no horário da noite e da madrugada. Esse fato também gera desregulação na produção de hormônios melatonina e cortisol; das as citocinas inflamatórias salivares e demais substâncias no corpo do trabalhador, expondo o indivíduo ao processo de desenvolvimento de doenças, como problemas cardiovasculares, insônia, gastrintestinais e transtornos mentais.
O trabalho noturno é necessário em alguns setores profissionais, mas, apesar da demanda deste horário de dedicação profissional, as empresas precisam alternar os turnos e os dias de trabalho. Ao trabalhar à noite perante iluminação artificial, o hormônio melatonina gera menor nível de secreção, alterando os ritmos biológicos, incluindo a regulação natural do sono.
Ao dormir durante o dia, o trabalhador poderia dormir por 7 ou 8 horas, mas o profissional acaba acordando antes, pois a “configuração” original biológica do corpo envia sinais para o cérebro avisando que não era para ele estar dormindo de dia.
As condições e o ambiente do trabalho noturno são outros dois agravantes. Trabalhadores que trabalham em ambientes quentes, com muito ruído, odor e expostos a substâncias químicas possuem maior probabilidade de ficarem doentes e inutilizados para o trabalho.
Outro fator agravante é o do nível de remuneração para cada setor profissional. Quando o trabalhador trabalha muito à noite, descansa pouco durante ao dia, exerce suas tarefas num ambiente não propício, e ainda não é valorizado financeiramente e profissionalmente na empresa, ele corre o risco de se sentir inferior aos demais funcionários ou demais setores da empresa, fator que pode gerar problemas psicológicos.
8874 – Medicina – Tuberculose surgiu há 70 000 anos; e evoluiu com o homem
A tuberculose surgiu na África há 70 000 anos – e a doença possui uma trajetória evolutiva próxima a dos seres humanos. É o que concluiu um estudo internacional que analisou 259 amostras da bactéria Mycobacterium tuberculosis, causadora da doença. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a tuberculose matou 1,4 milhão de pessoas em 2011.
Liderados por Sebastien Gagneux, do Instituto de Saúde Pública e Tropical Suíço, os pesquisadores sequenciaram o genoma completo de 259 cepas da bactéria, colhidas em diversas partes do mundo. Os resultados foram publicados neste domingo, no periódico Nature Genetics.
Comparando a árvore evolutiva da bactéria com a do homem, os pesquisadores descobriram semelhanças que indicam uma relação próxima entre eles: ambos surgiram na África, emigraram juntos e se expandiram por todo o mundo.
Evolução – O comportamento migratório dos humanos modernos, alinhado a mudanças no estilo de vida, com pessoas vivendo em grupos maiores, favoreceu a evolução e transmissão da doença. “Nós vemos que a diversidade de bactérias causadoras da tuberculose aumentou quando a população humana se expandiu” afirma Gagneux.
Os resultados indicam ainda que a tuberculose não deve ter chegado aos humanos a partir de animais domesticados, como é o caso de outras doenças. “Simplesmente porque a Mycobacterium tuberculosis surgiu muito antes de os humanos começaram a domesticar animais”, explica o pesquisador.
A tuberculose ainda é considerada uma ameaça à saúde, principalmente nos países menos desenvolvidos. Ela é transmitida pelo ar, de pessoa para pessoa – estima-se que uma pessoa infectada possa contaminar de 10 a 15 pessoas por ano.
De acordo com a OMS, de todas as doenças infecciosas, apenas o vírus HIV, causador da aids, provoca mais mortes do que a tuberculose. Em 2011, 8,7 milhões de pessoas contraíram tuberculose, sendo que 1,4 milhão morreram.
A doença é tratada com uma combinação de antibióticos, que deve ser utilizada durante seis meses. O fato de muitos pacientes abandonarem o tratamento antes de sua conclusão, além do uso excessivo ou equivocado de antibióticos, tem contribuído para que o bacilo desenvolva resistência aos medicamentos. Em 2012, na Índia, médicos relataram casos de tuberculose totalmente resistente, para a qual não há nenhum medicamento eficaz.
8873 – Tudo sob controle…!Depois da AIDs, o controle do Ebola
Cientistas conseguiram pela primeira vez tratar com sucesso uma infecção pelo vírus Ebola, após o aparecimento de seus sintomas. O estudo, feito em macacos Rhesus, foi publicado nesta quarta-feira no periódico Science Translational Medicine. Promissores, os resultados podem abrir o caminho para o desenvolvimento de terapias contra esta infecção, que causa uma febre hemorrágica cuja taxa de mortalidade é de 90% entre os humanos.
Responsável por muitas mortes, principalmente na África, o vírus Ebola se multiplica rapidamente, ultrapassando a capacidade do sistema imunológico de lutar contra a infecção. Como ainda não existe prevenção ou tratamentos para ele, o Ebola é considerado um grande perigo para a saúde pública – além de existirem temores de que vírus possa ser utilizado como arma biológica.
A mesma equipe de pesquisadores responsável por este estudo, liderada por James Pettitt, do Instituto de Pesquisa Médica de Doenças Infecciosas do Exército Americano (USAMRIID), demonstrou em outubro do ano passado que esse tratamento – um “coquetel” de anticorpos denominado MB-003 – evitou a morte de todos os animais testados, quando administrado uma hora após a exposição ao vírus, e de dois terços deles, 48 horas após a contaminação.
No estudo atual, os primatas só receberam o tratamento após apresentarem sintomas verificáveis da doença, o que ocorreu entre 104 e 120 horas após a infecção, e 43% deles se recuperaram. Esta diferença é importante porque o primeiro estudo testou o medicamento como uma forma de Profilaxia Pós-Exposição, ou seja, com objetivo de prevenir a infecção após exposição ao vírus, enquanto no novo estudo o medicamento foi testado como um tratamento, após o estabelecimento da infecção.
O MB-003 é feito com anticorpos monoclonais, células clonadas do sistema imunológico. Ele atua de duas formas: inativando o vírus e estimulando o sistema imunológico a eliminar as células infectadas pelo vírus. Nenhum efeito colateral do medicamento foi observado nos animais que sobreviveram.
“Na falta de uma vacina ou um medicamento para tratar ou evitar uma infecção do vírus Ebola, prosseguir o desenvolvimento de MB-003 é muito promissor”, disse Larry Zeitlin, um dos autores do estudo.
Segundo ele, o próximo passo é fazer estudos mais amplos em animais, para eventualmente passar para seres humanos. Os pesquisadores estimam que, se os resultados se mantiverem positivos, deve levar entre cinco e dez anos para que o medicamento possa ser comercializado.
8872 – História da Medicina – Os Vírus mais Perigosos do Mundo
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Varíola
Quando surgiu: Entre os humanos, provavelmente há 10.000 anos, com o advento da agricultura
Origem: Não se sabe se a doença nasceu na África ou na Ásia. Análises de DNA mostram que o vírus se assemelha à varíola do camelo. Foi o primeiro vírus erradicado na história, em 1977, após uma massiva campanha de vacinação mundial.
Durante séculos, sem tratamento, matava 30% dos infectados. Somente no século 20, foram 300 milhões de mortes.
Erradicado desde a década de 70, ainda existem cópias de seu DNA em laboratórios na Rússia e nos Estados Unidos. A população mundial não possui mais imunização contra o vírus. Pode ser transformada em uma arma biológica caso caia nas mãos de terroristas.
Gripe espanhola
Quando surgiu: Milhares de anos atrás. Hipócrates descreveu o que parecem ser epidemias de influenza no ano 412 a.C. Em 1918, atingiu entre 1 e 2% de toda a população mundial.
Origem: O termo influenza vem do italiano, que atribuíam à influência das estrelas os casos de gripe. Aliás, gripe é um termo francês criado no século 18. Até 1933, quando o vírus (H1N1, também originário de porcos, mas bem diferente do que causaria a gripe suína 90 anos depois) foi isolado, não se sabia o que a causava — especulou-se até que fossem bactérias.
Vítimas: entre 40 e 50 milhões de pessoas entre 1918 e 1919.
A gripe espanhola assustou por ser a primeira gripe a matar jovens e adultos saudáveis — a doença se limitava a crianças e idosos. Para se ter uma ideia, 80% das mortes registradas no exército americano durante a Primeira Guerra Mundial foram causadas pela gripe, e não por ferimentos de guerra.
HIV
Quando surgiu: Provavelmente na década de 1930, em Camarões e no Gabão.
Origem: Veio do consumo e manipulação de carne contaminada de chimpanzés na África. Apesar do vírus ter sido identificado apenas em 1983, foram descobertas amostras de sangue de africanos coletadas em 1959 e congeladas nos EUA que já continham o vírus.
Vítimas: 25 milhões de mortes desde 1981. Atualmente, há 33 milhões de pessoas vivendo com o vírus
Já foi uma doença mais assustadora. Com novos tratamentos, sua mortalidade vem caindo. Foram 3 milhões de mortes em 2000 e 1,8 milhão em 2009. A maioria das mortes está localizada em países sem acesso aos modernos tratamentos antivirais.
Ebola
Quando surgiu: 1976
Origem: O devastador vírus — “ele faz em dez dias o que o HIV leva dez anos”, escreveu Richard Preston no livro Hot Zone — apareceu no Congo e no Sudão, em 1976, com uma taxa de mortalidade incrivelmente alta. Nos dois países, foram registrados 602 casos e 431 mortes. A maioria dos casos vem do contato direto com primatas não-humanos, como chimpanzés, gorilas, e outros animais selvagens, como antílopes e porcos-espinhos.
Vítimas: 1.850 casos, 1.200 mortes.
Transmitido por secreções e pelo sangue, destrói as células de defesa do organismo e as plaquetas, provocando brutais hemorragias.
Marburg
Quando surgiu: 1967
Origem: Da mesma família de vírus do Ebola (filovírus), o Marburg também causa a febre hemorrágica. Foi identificado longe da África, em Marburg, na Alemanha. Técnicos de laboratório da Behring que produziam vacina contra a pólio receberam macacos contaminados de Uganda (depois foi descoberto que quase metade dos macacos chegava morta de Uganda, vítima de hemorragia). A letalidade foi alta entre os técnicos: 31 ficaram doentes e sete morreram.
Vítimas: 569 casos, 467 mortes (82% de mortalidade). O maior surto aconteceu em Angola, entre 2004 e 2005: 374 casos, com 329 mortes.
Por que é perigoso: Os mesmo motivos do Ebola. Além dos efeitos devastadores, ele tem um longo tempo de incubação — de 3 a 9 dias — e pode infectar todo mundo que tem contato com o paciente através de secreções e sangue.
Lassa
Quando surgiu: 1969
Origem: Embora cause a febre hemorrágica, como o Marburg e o Ebola, o Lassa é de outro família de vírus, os arenavírus (transmitidos por roedores). Ganhou o nome porque suas primeiras vítimas foram duas freiras americanas que coordenavam uma escola na cidade de Lassa, na Nigéria.
Vítimas: Segundo estimativas, o número de casos varia entre 300.000 e 500.000 por ano, na África Ocidental, com 5.000 mortes.
Por que é perigoso: Apesar da taxa de mortalidade reduzida, de 1%, mata 80% das gestantes ou dos fetos se for contraída no terceiro trimestre de gravidez. Por ter um grande período de incubação — 7 a 10 dias — pode infectar turistas, que levam a doença para seus países de origem. A doença já apareceu nos EUA, Canadá, Israel, Japão, Alemanha, Reino Unido e Holanda.
H5N1
Quando surgiu: Em 1997
Origem: O vírus da gripe aviária foi isolado pela primeira vez em 1996, em uma fazenda na província de Guangdong, na China. No ano seguinte, os primeiros casos apareceram em Hong Kong: 18 infectados, 6 mortes. É transmitida pelo contato com as aves. Se um dia o vírus ‘aprender’ a passar de humano para humano pela via respiratória, pode se tornar a gripe mais devastadora de todos os tempos.
Vítimas: Até o dia 31 de agosto de 2011, foram registrados 565 casos e 331 mortes (58,6% de mortalidade, um índice altíssimo).
Por que é perigoso: É uma gripe que mata mais da metade dos infectados. Para nossa sorte, ela só é transmitida de humano para humano em casos excepcionais.
SARS
Quanto surgiu: Final de 2002
Origem: O vírus da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS) apareceu em Guangdong, província da China, quando um felino chamado civeta virou moda na culinária local. Provavelmente um cozinheiro contraiu a doença e a passou adiante, originando a pandemia que atingiu mais de 30 países. Foi controlada ainda em 2003, após uma forte atuação da OMS.
Vítimas: Matou 9,6% dos infectados. Segundo a OMS, foram 8.096 casos e 774 mortes.
Por que é perigoso: Em pouco tempo, o vírus sofreu mutações que o permitiram pular do civeta para o ser humano. Passou a ser transmitido pelo ar, aumentando suas chances de contaminação.
H1N1
Quando surgiu: 2009
Origem: Em 2009, o vírus encontrou um caminho para deixar os porcos e também infectar humanos, provocando uma pandemia a partir da América do Norte. O mundo ficou assustado com a rapidez com que a gripe suína progrediu (74 países em poucos meses). No Brasil, o antiviral Tamiflu, que combate a doença, sumiu das farmácias. Hoje, o H1N1 é uma das variantes anuais da gripe, junto com a H3N2 e a influenza B.
Vítimas: Em 2009, matou 44.100 pessoas nos EUA, contra 47.800 da gripe comum.
Por que é perigoso: Ele mata menos que a gripe comum, mas toma mais anos de vida. Enquanto as gripes sazonais matam mais pessoas idosas, a gripe suína atinge mais crianças e gestantes.
Nipah
Quando surgiu: 1998
Origem: Na Malásia, morcegos que continham o vírus deixaram cair frutas semi-mastigadas em criadouros de porcos, que comeram as frutas. Os tratadores contraíram os vírus ao ter contato com as fezes dos animais, passando a mão na calça e levando ao rosto, por exemplo. Foi o vírus que inspirou a criação do fictício MEV-1 no filme Contágio
A mortalidade ficou acima de 50%. Dos 475 casos registrados, 251 pessoas morreram
Por que ele é perigoso: Causa uma encefalite (inflamação cerebral) mortal na maioria dos casos. Quando não mata, pode deixar profundas sequelas, como convulsões frequentes e mudanças de personalidade.
Dengue
Quando surgiu: 1950
Origem: A origem da dengue é o desmatamento. Com o avanço do homem em regiões selvagens, o mosquito que transmite a dengue passou a picar humanos. Existem quatro tipos de vírus diferentes, todos com os mesmo sintomas e mesma forma de tratamento. A origem também é a mesma: o sudeste da Ásia.
Vítimas: Por volta de 500.000 pessoas precisam ser hospitalizadas por causa da dengue hemorrágica — 2,5% morrem.
Por que é perigoso: A pessoa contaminada pode começar com uma dengue normal, aquela em que os sintomas são leves ou moderados e depois se transformar em uma dengue hemorrágica, em que os vasos sanguíneos são lesados, provocando sangramentos.
8726 – Saúde – Epidemia de hepatite no mundo
Em todo o mundo há uma epidemia silenciosa de hepatite, na maioria dos casos, os infectados podem levar até décadas para saberem que possuem a doença que mata cerca de 1,4 milhão de pessoas anualmente, segundo dados da ONU (Organizações das Nações Unidas) e da OMS (Organização Mundial da Saúde).
A hepatite possui cinco vírus que podem gerar infecções graves no fígado. Os tipos de hepatites B e C podem gerar doenças crônicas como o câncer de fígado. A ONU exige que governos de todo o mundo implementem programas de prevenção e tratamento da doença.
O diagnóstico tardio da doença distancia o paciente da cura e o coloca em risco de morte iminente. Na maioria dos casos, a doença avança por falta de informação, ausência de campanhas ou de acesso à exames e tratamento público. A OMS se predispõe a ajuda diferentes governos e instituições na aplicação de programas de prevenção e tratamento.
Os tipos de B,C e D da hepatite são transmitidos pelo contato sexual, contaminação da mãe para o bebê, por meio de equipamentos médicos não esterilizados, e transmissão via fluídos como o sangue. A OMS já aprovou vacinas para a prevenção dos tipos A e B da doença.
Segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Hepatologia, nos últimos anos houve pouco avanço na oferta de informação e orientação sobre a doença aos brasileiros. A instituição considerada a hepatite tão preocupante quanto outras doenças como a Aids. O vírus da hepatite, HCV, tem matado quatro vezes mais do que o HIV.
Em 2011, somente 5% dos brasileiros entrevistados pela pesquisa nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste consideram a hepatite C uma doença grave. Na região nordeste esse percentual cai para 3%. Os hepatologistas afirmam que existem dois grupos de risco de alta urgência para realização do exame:
Indivíduos que realizaram transfusão de sangue antes de 1992;
Usuários de droga endovenosa, pessoas que compartilhavam agulhas.
8693 – Por que não é possível contrair HIV com picada de pernilongo?
Primeiro, porque precisa haver uma compatibilidade entre o hospedeiro e o parasita (como na malária, em que o Plasmodium ocupa o organismo de um mosquito do gênero Anopheles). O HIV não consegue sobreviver dentro do mosquito e acaba sendo digerido.
Além disso, o mosquito não seria capaz de inocular vírus suficientes de HIV para contaminar uma pessoa. Caso o vírus já não fosse digerido pelo mosquito, estima-se que seriam necessárias 10 milhões de picadas para iniciar uma infecção. Por fim, um pernilongo não funciona como uma seringa suja de sangue. Antes de se alimentar, ele regurgita saliva na vítima (no caso da malária, com o Plasmodium), enquanto o fluxo de sangue, que entra por outro canal, é sempre unidirecional.
8692 – Corpo Humano no Limite – Quais são os piores parasitas que podemos pegar?
Você que mora num país tropical certamente não deve se impressionar com histórias de parasitas. Não até ler esta lista.
1. Naegleria fowleri
Um ser de uma só célula é capaz de comer seu cérebro até levá-lo à morte. Essa ameba assassina vive em lagos de água quente e parada, se alimentando de algas. Quando entra pelo seu nariz, segue pelo nervo olfativo até a cabeça, onde se alimenta dos tecidos e leva à morte em duas semanas. Para piorar, ela forma um cisto para se proteger do sistema imunológico do hospedeiro. Em 2011, foram relatadas 4 mortes pela infecção nos EUA. Não há números brasileiros.
2. Cochliomyia hominivorax
Os vermes dessa mosca das Américas curtem carne fresca. Ela deposita seus ovos em feridas abertas (41,7% dos casos nas pernas, 16,7% na cabeça e 4,2% na região dorsal), na boca (12,5%), nos olhos, ouvidos e ânus (8,3%). Em 12 horas, as larvas começam a consumir o seu corpinho vivo. E, sim, isso dói como a descrição faz supor. Não adianta tentar tirar os bichos com a mão ou em água corrente, pois elas vão cavar ainda mais fundo. O único jeito é cirurgia.
3. Loa loa
O vetor de transmissão desse verme nematoide é um inseto do gênero Chrysops, semelhante à mosca. Ela pica uma pessoa contaminada e depois injeta em outra as larvas, que se instalam nos vasos linfáticos e circulam pelo corpo, formando bolhas, causando coceiras e dores abdominais. Os finos vermes brancos de 2 a 7 cm podem atingir até o globo ocular e ficar se movendo sob a superfície do olho, o que causa uma irritação desesperadora. Em casos graves há dano neurológico. Ocorre principalmente no oeste e no centro da África.
8678 – Vírus da Aids, ai dele! Nanopartícula feita de veneno de abelha pode matar vírus da aids
Nanopartículas carregadas com a toxina melitina (encontrada no veneno de abelhas) foram eficientes em destruir a capa protetora do vírus HIV. Ao matar o vírus causador da aids, essa partícula preveniu a disseminação do vírus.
A toxina melitina, presente no veneno da abelha, tem uma ação tão potente que consegue fazer pequenos buracos na camada protetora que envolve o HIV — assim como outros vírus. Quando essa toxina é colocada dentro das nanopartículas, no entanto, as células normais não são prejudicadas por sua ação. Isso porque a equipe de pesquisadores adicionou uma espécie de pára-choques de proteção em sua superfície. Assim, quando entra em contato com uma célula normal, que é muito maior em tamanho, a nanopartícula se afasta. O vírus do HIV, por outro lado, é menor do que a nanopartícula, cabendo no espaço existente entre esses pára-choques. Ao fazer contato com a superfície da partícula, o HIV entra em contato também com a toxina da abelha. “A melitina forma pequenos complexos de poros e rompe o envelope do vírus, arrancando esse envelope”, diz Joshua L. Hood, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo.
Segundo os pesquisadores, uma das vantagens da nova abordagem é que a nanopartícula ataca uma parte essencial da estrutura viral: o envelope protetor. A maioria dos medicamentos anti-HIV disponíveis hoje no mercado atuam inibindo a habilidade do vírus de se replicar. Essa estratégia, no entanto, não consegue barrar a infecção inicial, e algumas cepas do vírus acabam driblando o remédio e se reproduzindo mesmo assim. “Teoricamente, não há como o vírus se adaptar a nossa técnica. O vírus precisa ter essa capa protetora, essa camada dupla que o reveste.”
Além da prevenção na forma de gel vaginal, Hood também espera que essas nanopartículas possam ser usadas como uma terapia para infecções por HIV já existentes, especialmente aquelas resistentes a drogas. Nesse contexto, as nanopartículas poderiam ser injetadas no paciente de maneira intravenosa e, em tese, seriam capazes de eliminar o HIV da corrente sanguínea.
“A partícula básica que estamos usando no experimento foi desenvolvida há muitos anos como um produto sanguíneo artificial”, diz Hood. “Ela não funcionou muito bem para a entrega de oxigênio, mas circula de maneira segura pela corrente sanguínea e nos dá uma boa plataforma adaptável para o combate a diferentes tipos de infecção.” Como a melitina ataca indiscriminadamente membranas duplas, o conceito não se limita apenas ao HIV. Diversos vírus, incluindo hepatite B e C, contam com o mesmo tipo de envelope protetor e seriam vulneráveis às nanopartículas carregadas com melitina.
Embora essa pesquisa em particular não se refira a métodos contraceptivos, de acordo com Joshua Hood, o gel poderia facilmente ser adaptado para ter os espermatozoides como alvos. “Estamos olhando também para casais em que apenas um parceiro tem HIV, e que querem ter um bebê”, diz Hood. “Essas partículas, por si só, são bastante seguras para o esperma, da mesma maneira que são para as células vaginais.”
Embora a pesquisa tenha sido feita em células laboratoriais, Hood afirma que as nanoparticulas podem ser facilmente fabricadas em grandes quantias, em volume necessário para testes clínicos.
8625 – Novo vírus similar ao da SARS matou 30 pessoas no mundo
É o que afirma um relatório da OMS.
Um vírus pertencente à mesma família do vírus causador da SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave, na sigla em inglês) já causou 30 mortes no mundo desde que foi identificado pela primeira vez, em setembro de 2012. O número foi divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira após a confirmação de três mortes pela infecção na Arábia Saudita.
A OMS se refere à infecção pelo novo vírus como Síndrome Respiratória Coronavírus do Oriente Médio (MERS). De acordo com o órgão, a doença afetou 50 pessoas em todo o mundo, a maioria na Arábia Saudita. Outros casos foram registrados em Qatar, Jordânia, Tunísia, Emirados Árabes Unidos, Alemanha, Grã-Bretanha e França.
O novo vírus, chamado NCoV, pertence à família coronavírus, que inclui tanto a gripe comum como a SARS, disseminada a partir da Ásia no final de 2003, matando 775 pessoas. Segundo a OMS, esse novo vírus se difere da SARS principalmente porque provoca insuficiência renal de forma rápida. A organização, que ainda não sabe qual é a fonte do vírus, prevê enviar nos próximos dias duas equipes, uma para a Arábia Saudita e outra para a Tunísia, para investigar a origem das contaminações.
8624 – Medicina – Os vírus mais perigosos do mundo
Varíola
Quando surgiu: Entre os humanos, provavelmente há 10.000 anos, com o advento da agricultura
Origem: Não se sabe se a doença nasceu na África ou na Ásia. Análises de DNA mostram que o vírus se assemelha à varíola do camelo. Foi o primeiro vírus erradicado na história, em 1977, após uma massiva campanha de vacinação mundial.
Vítimas: Durante séculos, sem tratamento, matava 30% dos infectados. Somente no século 20, foram 300 milhões de mortes.
Erradicado desde a década de 70, ainda existem cópias de seu DNA em laboratórios na Rússia e nos Estados Unidos. A população mundial não possui mais imunização contra o vírus. Pode ser transformada em uma arma biológica caso caia nas mãos de terroristas.
Gripe espanhola
Milhares de anos atrás. Hipócrates descreveu o que parecem ser epidemias de influenza no ano 412 a.C. Em 1918, atingiu entre 1 e 2% de toda a população mundial.
Origem: O termo influenza vem do italiano, que atribuíam à influência das estrelas os casos de gripe. Aliás, gripe é um termo francês criado no século 18. Até 1933, quando o vírus (H1N1, também originário de porcos, mas bem diferente do que causaria a gripe suína 90 anos depois) foi isolado, não se sabia o que a causava — especulou-se até que fossem bactérias.
Vítimas: entre 40 e 50 milhões de pessoas entre 1918 e 1919.
A gripe espanhola assustou por ser a primeira gripe a matar jovens e adultos saudáveis — a doença se limitava a crianças e idosos. Para se ter uma ideia, 80% das mortes registradas no exército americano durante a Primeira Guerra Mundial foram causadas pela gripe, e não por ferimentos de guerra.
HIV
Quando surgiu: Provavelmente na década de 1930, em Camarões e no Gabão.
Origem: Veio do consumo e manipulação de carne contaminada de chimpanzés na África. Apesar do vírus ter sido identificado apenas em 1983, foram descobertas amostras de sangue de africanos coletadas em 1959 e congeladas nos EUA que já continham o vírus.
Vítimas: 25 milhões de mortes desde 1981. Atualmente, há 33 milhões de pessoas vivendo com o vírus
Já foi uma doença mais assustadora. Com novos tratamentos, sua mortalidade vem caindo. Foram 3 milhões de mortes em 2000 e 1,8 milhão em 2009. A maioria das mortes está localizada em países sem acesso aos modernos tratamentos antivirais.
Ebola
Quando surgiu: 1976
Origem: O devastador vírus — “ele faz em dez dias o que o HIV leva dez anos”, escreveu Richard Preston no livro Hot Zone — apareceu no Congo e no Sudão, em 1976, com uma taxa de mortalidade incrivelmente alta. Nos dois países, foram registrados 602 casos e 431 mortes. A maioria dos casos vem do contato direto com primatas não-humanos, como chimpanzés, gorilas, e outros animais selvagens, como antílopes e porcos-espinhos.
Vítimas: 1.850 casos, 1.200 mortes.
Transmitido por secreções e pelo sangue, destrói as células de defesa do organismo e as plaquetas, provocando brutais hemorragias.
Marburg
Quando surgiu: 1967
Origem: Da mesma família de vírus do Ebola (filovírus), o Marburg também causa a febre hemorrágica. Foi identificado longe da África, em Marburg, na Alemanha. Técnicos de laboratório da Behring que produziam vacina contra a pólio receberam macacos contaminados de Uganda (depois foi descoberto que quase metade dos macacos chegava morta de Uganda, vítima de hemorragia). A letalidade foi alta entre os técnicos: 31 ficaram doentes e sete morreram.
Vítimas: 569 casos, 467 mortes (82% de mortalidade). O maior surto aconteceu em Angola, entre 2004 e 2005: 374 casos, com 329 mortes.
Por que é perigoso: Os mesmo motivos do Ebola. Além dos efeitos devastadores, ele tem um longo tempo de incubação de 3 a 9 dias — e pode infectar todo mundo que tem contato com o paciente através de secreções e sangue.
Lassa
Quando surgiu: 1969
Origem: Embora cause a febre hemorrágica, como o Marburg e o Ebola, o Lassa é de outro família de vírus, os arenavírus (transmitidos por roedores). Ganhou o nome porque suas primeiras vítimas foram duas freiras americanas que coordenavam uma escola na cidade de Lassa, na Nigéria.
Vítimas: Segundo estimativas, o número de casos varia entre 300.000 e 500.000 por ano, na África Ocidental, com 5.000 mortes.
Apesar da taxa de mortalidade reduzida, de 1%, mata 80% das gestantes ou dos fetos se for contraída no terceiro trimestre de gravidez. Por ter um grande período de incubação — 7 a 10 dias — pode infectar turistas, que levam a doença para seus países de origem. A doença já apareceu nos EUA, Canadá, Israel, Japão, Alemanha, Reino Unido e Holanda.
H5N1
Quando surgiu: Em 1997
Origem: O vírus da gripe aviária foi isolado pela primeira vez em 1996, em uma fazenda na província de Guangdong, na China. No ano seguinte, os primeiros casos apareceram em Hong Kong: 18 infectados, 6 mortes. É transmitida pelo contato com as aves. Se um dia o vírus ‘aprender’ a passar de humano para humano pela via respiratória, pode se tornar a gripe mais devastadora de todos os tempos.
Vítimas: Até o dia 31 de agosto de 2011, foram registrados 565 casos e 331 mortes (58,6% de mortalidade, um índice altíssimo).
É uma gripe que mata mais da metade dos infectados. Para nossa sorte, ela só é transmitida de humano para humano em casos excepcionais.
SARS
Quanto surgiu: Final de 2002
Origem: O vírus da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS) apareceu em Guangdong, província da China, quando um felino chamado civeta virou moda na culinária local. Provavelmente um cozinheiro contraiu a doença e a passou adiante, originando a pandemia que atingiu mais de 30 países. Foi controlada ainda em 2003, após uma forte atuação da OMS.
Vítimas: Matou 9,6% dos infectados. Segundo a OMS, foram 8.096 casos e 774 mortes.
Em pouco tempo, o vírus sofreu mutações que o permitiram pular do civeta para o ser humano. Passou a ser transmitido pelo ar, aumentando suas chances de contaminação.
H1N1
Quando surgiu: 2009
Origem: Em 2009, o vírus encontrou um caminho para deixar os porcos e também infectar humanos, provocando uma pandemia a partir da América do Norte. O mundo ficou assustado com a rapidez com que a gripe suína progrediu (74 países em poucos meses). No Brasil, o antiviral Tamiflu, que combate a doença, sumiu das farmácias. Hoje, o H1N1 é uma das variantes anuais da gripe, junto com a H3N2 e a influenza B.
Vítimas: Em 2009, matou 44.100 pessoas nos EUA, contra 47.800 da gripe comum.
Ele mata menos que a gripe comum, mas toma mais anos de vida. Enquanto as gripes sazonais matam mais pessoas idosas, a gripe suína atinge mais crianças e gestantes.
Nipah
Quando surgiu: 1998
Origem: Na Malásia, morcegos que continham o vírus deixaram cair frutas semi-mastigadas em criadouros de porcos, que comeram as frutas. Os tratadores contraíram os vírus ao ter contato com as fezes dos animais, passando a mão na calça e levando ao rosto, por exemplo. Foi o vírus que inspirou a criação do fictício MEV-1 no filme Contágio
Vìtimas: A mortalidade ficou acima de 50%. Dos 475 casos registrados, 251 pessoas morreram
Causa uma encefalite (inflamação cerebral) mortal na maioria dos casos. Quando não mata, pode deixar profundas sequelas, como convulsões frequentes e mudanças de personalidade.
Sabiá
Quando surgiu: 1990
Origem: Ganhou esse nome por ter infectado uma mulher que visitava seus pais no Jardim Sabiá, em Cotia, no interior de São Paulo. Em quatro dias, a paciente morreu. O vírus ainda infectou mais três pessoas: dois técnicos de laboratório que foram expostos ao sangue da vítima e um operador de máquina de café, no Espírito Santo. Até hoje não foi encontrado o animal transmissor, mas sabe-se que é um roedor.
Vítimas: 4 pessoas, 4 mortes.
A proximidade de Cotia com São Paulo, cerca de 20 quilômetros, mostra que uma epidemia pode começar mesmo longe da selva, onde geralmente este tipo de vírus entra em contato com humanos.
Dengue
Quando surgiu: 1950
Origem: A origem da dengue é o desmatamento. Com o avanço do homem em regiões selvagens, o mosquito que transmite a dengue passou a picar humanos. Existem quatro tipos de vírus diferentes, todos com os mesmo sintomas e mesma forma de tratamento. A origem também é a mesma: o sudeste da Ásia.
Vítimas: Por volta de 500.000 pessoas precisam ser hospitalizadas por causa da dengue hemorrágica — 2,5% morrem.
A pessoa contaminada pode começar com uma dengue normal, aquela em que os sintomas são leves ou moderados e depois se transformar em uma dengue hemorrágica, em que os vasos sanguíneos são lesados, provocando sangramentos.
8302 – Epidemiologia – Principais doenças transmitidas por mosquitos
Malária
Doença febril aguda, caracterizada por febres altas, calafrios e cefaleias. Se não tratada, pode gerar complicações graves, principalmente se for transmitida pelo Plasmodium falciparum, responsável por transmitir entre 15% e 20% da malária diagnosticada no Brasil. Ao redor do mundo são registrados cerca de 250 milhões de novos casos e perto um milhão de mortes por ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. A maior incidência é na África, onde é causa de uma entre cinco mortes infantis. No Brasil, a maior incidência está na região amazônica, mas atualmente a mortalidade é baixa.
Transmissor: Fêmea do mosquito do gênero Anopheles. Prefere lugares como água limpa, sombreada e de baixo fluxo, comuns na região amazônica.
O que transmite: Plasmódios (parasitas) presentes no sangue de quem tem malária. Eles se multiplicam dentro do mosquito e entram em contato com o sangue daquele que for picado pelo Anopheles infectado.
Febre amarela
Vírus transmitido por mosquitos por duas formas: urbana e silvestre. Somente esta última existe no Brasil atualmente, transmitida por macacos silvestres. É uma doença infecciosa febril aguda, sua gravidade é variável, lesa principalmente o fígado e pode matar por insuficiência hepática. Só existe na América do Sul e na África. Segundo o Ministério da Saúde, entre 1990 e 2010 ocorreram 587 casos e 259 mortes no Brasil.
Transmissor: Mosquitos infectados pelo vírus do gênero Flavivrus. Nas regiões urbanas, por exemplo, é transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue.
O que transmite: Um arbovírus pertencente ao gênero Flavivirus, da família Flaviviridae, que é contraído, no caso silvestre, dos macacos infectados.
Leishmaniose visceral
É uma doença crônica, fatal e não curável, caracterizada por febre de longa duração, perda de peso e anemia. Ataca o fígado e o baço, que aumentam de tamanho, provocando o aumento abdominal e, depois da dengue, é a mais disseminada doença endêmica no Brasil. Em 2010, foram registrados 3.526 casos no país e 219 mortes, segundo dados do Ministério da Saúde. A maior incidência é no Nordeste. A Organização Mundial de Saúde estima que a cada ano são detectados entre 1 e 2 milhões de casos no mundo.
Transmissor: Inseto vetor Lutzomyia longipalpis ou Lutzomyia cruzi, conhecidos popularmente como mosquito-palha ou birigui. No Brasil, não há registros de transmissão direta de pessoa para pessoa.
O que transmite: O protozoário da família Tripanosoma, gênero Leishmania e espécie Leishmania chagasi.
Dengue
Doença endêmica mais disseminada no Brasil, presente em todos os estados. Causa febre aguda, e pode matar. Muito disseminada ao redor do mundo. Os sintomas podem não aparecer ou também se manifestar por dores de cabeça, febre e dores no corpo.
Transmissor: Fêmea do mosquito Aedes aegypti. Criados preferencialmente em ambientes onde há focos de acúmulo de água parada.
O que transmite: Vírus do gênero Flavivírus, pertencente à família Flaviviriade. Possui quatro tipos conhecidos: 1, 2, 3 e 4.
8301 – Vacina japonesa reduz em 72% o risco de malária
Os pesquisadores avaliaram a eficácia e a segurança da vacina BK-SE36 para prevenir a malária comparando pessoas imunizadas a indivíduos não vacinados. A vacina parece diminuir em até 72% o risco de infecção e mostrou ser segura.
Ainda não existe uma vacina que evite completamente a malária, e pesquisas que testaram vacinas contra a infecção demonstraram uma redução do risco pequena ou então pouco duradoura. Além disso, a resistência da doença aos remédios vem aumentando, o que piora a eficácia dos tratamentos disponíveis.
O novo estudo, feito na Universidade de Osaka, no Japão, testou a vacina BK-SE36, desenvolvida na própria universidade. A vacina foi feita a partir de uma mistura entre um gel de hidróxido de alumínio e uma proteína geneticamente modificada do parasita responsável pela transmissão da doença.
A vacina foi testada no Japão e também em uma região de Uganda onde a malária é endêmica. No país africano, entre 2010 e 2011, os cientistas testaram a vacina em 132 indivíduos de 6 a 20 anos e, entre 130 e 365 dias após a imunização, compararam essas pessoas a outras cinquenta de um grupo de controle, que não haviam sido vacinadas.
De acordo com os pesquisadores, essa fase do estudo mostrou que a vacina é segura e nenhum paciente imunizado apresentou efeitos adversos graves. O efeito protetor demonstrado pelo tratamento, porém, precisa ser confirmado nas próximas etapas da pesquisa clínica.
Os resultados do teste foram publicados nesta semana no periódico PLoS One. Toshihiro Horii, coordenador do estudo, disse à agência de notícias Jiji Press que seu objetivo é que a vacina BK-SE36 seja usada “cinco anos após a realização de um estudo feito com crianças de até 5 anos de idade, que representam a maior parte das mortes por malária”.
8224 – Patologia – A Dengue
É uma doença infecciosa, febril, aguda e benigna na maior parte dos casos. É causada pelo vírus do grupo Flavivírus, transmitido ao homem através da picada do mosquito vetor Aedes Aegypiti. Após a transmissão, existe um período de incubação de 2 a 7 dias; o ciclo de multiplicação viral dura em média 18 horas.
O mosquito infectado pica o homem. O vírus se dissemina pelo sangue; e, conseqüentemente se instala sobre o tecido. A multiplicação do vírus sobre o tecido provoca inflamação dos vasos, e o sangue passa circular mais lentamente. Com a circulação mais lenta, é comum que os líquidos do sangue extravasem os vasos e, com isso, o sangue torna-se mais espesso. O sangue espesso pode coagular dentro dos vasos, provocando trombos. Além disso, a circulação lenta prejudica a oxigenação e a nutrição ideal dos órgãos. Com o tempo, se não houver tratamento específico, pode haver um choque circulatório, o sangue deixa de circular, os órgãos ficam prejudicados e podem parar de funcionar, levando à morte.
O inseto Aedes Aegypiti fêmea é quem contamina o homem, pois o macho se alimenta apenas de seiva de plantas. A fêmea precisa da albumina (substância do sangue) para completar o processo de amadurecimento de seus ovos. O mosquito apenas transmite a doença, mas não sofre seus efeitos. Seu aspecto é parecido com o pernilongo, mas possui listras brancas em seu corpo e só pica durante o dia. Ele desenvolve sua fase larvária em coleções de água, como poços, caixas d’água, vasos de jardins, tambores, pneus e outros recipientes.
· 99% dos infectados têm febre, que dura cerca de 3 a 8 dias;
· 50% têm prostração e indisposição.
· 60% têm cefaléia.
· 50% têm dor retro-orbitária, mialgia e artralgia (dor nos músculos e nas articulações).
· 25% apresentam manchas vermelhas em todo o corpo (os chamados exantemas); como o vírus se instala também próximo aos vasos, é comum que inflamem e fiquem evidentes na pele.
· Perda do paladar e apetite.
· Muitas dores nos ossos e articulações.
Freqüentemente, ocorre dor de garganta, náuseas, vômitos, dor epigástrica e diarréia.
Procedimentos básicos no TRATAMENTO
Procurar um atendimento básico.
A hidratação e a reposição de eletrólitos são os principais cuidados, pois é certo que febre, anorexia, vômitos e diarréia podem levar à desidratação.
Aconselha-se ingerir muito líquido.
É indicado o uso de paracetamol para alívio da dor, e para diminuir a febre.
Medicamentos a base de ácido acetilsalicílico (como aspirina), dipirona (antiagragante plaquetário) e medicações anticoagulantes devem ser evitados.
Deve-se fazer repouso e controle do hemograma.
Nos casos mais graves, com impossibilidade de hidratação oral, deve-se iniciar hidratação parenteral (venosa) na unidade de atendimento e, em seguida, transferir para a unidade hospitalar, mesmo antes de pesquisa laboratorial.
Registrar temperatura, pulso, pressão arterial, queixa de dor, quantidade de líquido ingerido, aspecto da pele, estado físico geral do cliente, presença de vômito e outros sintomas.
É muito importante no combate à dengue ter uma equipe de vigilância epidemiológica; a notificação compulsória deve ser rigorosa; a sorologia deve ser feita a partir do 6º dia.
8222 – Medicina – A Leishmaniose
É uma doença crônica, de manifestação cutânea ou visceral (pode-se falar de leishmanioses, no plural), causada por protozoários flagelados do gênero Leishmania, da família dos Trypanosomatidae. O calazar (leishmaniose visceral) e a úlcera de Bauru (leishmaniose tegumentar americana) são formas da doença.
É uma zoonose comum ao cão e ao homem. É transmitida ao homem pela picada de mosquitos flebotomíneos, que compreendem o gênero Lutzomyia (chamados de “mosquito palha” ou birigui) e Phlebotomus.
No Brasil existem atualmente 6 espécies de Leishmania responsáveis pela doença humana, e mais de 200 espécies de flebotomíneos implicados em sua transmissão. Trata-se de uma doença que acompanha o homem desde tempos remotos e que tem apresentado, nos últimos 20 anos, um aumento do número de casos e ampliação de sua ocorrência geográfica, sendo encontrada atualmente em todos os Estados brasileiros, sob diferentes perfis epidemiológicos. Estima-se que, entre 1985 e 2003, ocorreram 523.975 casos autóctones, a sua maior parte nas regiões Nordeste e Norte do Brasil. Em Portugal existe principalmente a leishmaniose visceral e alguns casos (muito raros) de leishmaniose cutânea. Esta raridade é relativa, visto que na realidade o que ocorre é uma subnotificação dos casos de leishmaniose cutânea. Uma razão para esta subnotificação é o fato de a maioria dos casos de leishmaniose cutânea humana serem autolimitados, embora possam demorar até vários meses a resolverem-se.
As leishmania são transmitidas pelos insetos fêmeas dos gêneros Phlebotomus (Velho Mundo) ou Lutzomyia (Novo Mundo).
No início do século XX o médico paraense Gaspar Viana iniciou estudos sobre a leishmaniose, e a ele atribui-se a descoberta dos primeiros tratamentos para a doença. Essa doença também pode afetar o cão ou a raposa, que são considerados os reservatórios da doença, conforme referido pelo médico sanitarista Thomaz Corrêa Aragão, em 1954.
As leishmania são protozoários parasitas de células fagocitárias de mamíferos, especialmente de macrófagos. São capazes de resistir à destruição após a fagocitose. As formas promastigotas (infecciosas) são alongadas e possuem um flagelo locomotor anterior, que utilizam nas fases extracelulares do seu ciclo de vida. O amastigota (intra-celular) não tem flagelo.
Há cerca de 30 espécies patogênicas para o ser humano (CDC). As mais importantes são:
As espécies L. donovani, L. infantum infantum, e L. infantum chagasi que podem produzir a leishmaniose visceral, mas, em casos leves, apenas manifestações cutâneas.
As espécies L. major, L. tropica, L. aethiopica, L. mexicana, L. braziliensis, L. amazonensis e L. peruviana que produzem a leishmaniose cutânea ou a mais grave, mucocutânea.
O ciclo de vida das espécies é ligeiramente diferente mas há pontos comuns. São libertados no sangue junto com a saliva de flebotomíneos ou flebótomos (em inglês são denominados sand flies) no momento da picada. As leishmanias na forma de promastigotas ligam-se por receptores específicos aos macrófagos, pelos quais são fagocitadas. Elas são imunes aos ácidos e enzimas dos lisossomas com que os macrófagos tentam digeri-las, e transformam-se nas formas amastigotas após algumas horas (cerca de 12h). Então começam a multiplicar-se por divisão binária, saindo para o sangue ou linfa por exocitose e por fim conduzem à destruição da célula, invadindo mais macrófagos. Os amastigotas ingeridos pelos insectos transmissores demoram oito dias ou mais a transformarem-se em promastigotas e multiplicarem-se no seu intestino, migrando depois para as probóscides.
Leishmaniose visceral (LV), também conhecida como calazar e febre negra, é a forma mais severa de leishmaniose. É o segundo maior assassino parasitário no mundo, depois da malária, responsável de uma estimativa de 60 000 que morrem da doença cada ano entre milhões de infecções mundiais. O parasita migra para os órgãos viscerais como fígado, baço e medula óssea e, se deixado sem tratamento, quase sempre resultará na morte do anfitrião mamífero. Sinais e sintomas incluem febre, perda de peso, anemia e inchaço significativo do fígado e baço. De preocupação particular, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), é o problema emergente da co-infecção HIV/LV.
LV humana
Em hospedeiros humanos, a resposta da infecção por L. donovani varia bastante, não só pela força mas também pelo tipo da reação imune do paciente. Pacientes que produzem números grandes de células-T do tipo TH1, que ativa a resposta celular mas não encorajam a formação de anticorpos, frequentemente recuperam-se da infecção e depois são imunes a uma reinfecção. Pacientes cujos sistemas produzem mais células do tipo TH2, que promovem apenas a formação de anticorpos, são mais afetados.
Na leishmaniose visceral humana, os primeiros sintomas podem ser associados ao descamamento da pele – com destaque para regiões em torno do nariz, boca, queixo e orelhas, sendo frequentes também no couro cabeludo, onde estes são geralmente confundidos com caspa; e ao aparecimento de pequenos calombos semiesféricos sob o couro cabeludo, geralmente sensíveis ao toque. Tais calombos surgem e desaparecem com frequência sem contudo implicarem, de forma geral mas não restritiva, feridas. Não obstante, por incômodo, estes podem evoluir para lesões mediante traumas induzidos pelas unhas ou mãos do próprio paciente; tais lesões geralmente cicatrizam-se, contudo, de forma normal. Alterações nos níveis de ácido úrico que não associam-se adequadamente às causas típicas desta anomalia – a exemplo bem notórias mesmo em pacientes vegetarianos – e que acabam por implicar sintomas muito semelhantes aos da gota – bem como alterações na quantificação de enzimas associadas ao fígado – como a gama glutamil transferase e transaminase pirúvica – passam a ser detectáveis em exames de sangue. Com a evolução da doença os sintomas mais típicos incluem o aumento do baço ou esplenomegalia, sendo este geralmente também acompanhado do aumento do fígado ou hepatomegalia, ambos detectáveis via ultrassonografia. Se deixado sem tratamento a doença evolui para um quadro crítico caracterizado por rápido e intenso emagrecimento, dor abdominal, ausência de apetite, apatia e febre alta, intermitente e crônica – com duração superior a dez dias – fase na qual o paciente geralmente é levado a procurar o médico. Nesta fase os hemogramas geralmente revelam, entre outras anomalias, os níveis de albumina e contagem de leucócitos significativamente alterados, sendo notórias a anemia e a leucopenia. A mortalidade da doença nesta etapa é consideravelmente aumentada por estes sintomas serem facilmente confundidos com os de outras patogenias; nesta fase, se deixada sem tratamento, a doença quase sempre implica a morte do paciente. O escurecimento da pele, que deu à doença seu nome comum na Índia, não aparece na maioria dos casos de doença, e os outros sintomas são muito fáceis de confundir com os da malária. O erro no diagnóstico é perigoso, pois, sem tratamento, a taxa de mortalidade para kala-azar está próxima a 100%.
Humanos e outros animais infectados são considerados reservatórios da doença, uma vez que o mosquito, ao sugar o sangue destes, pode transmiti-lo a outros indivíduos ao picá-los. Em região rural e de mata, os roedores e raposas são os principais; no ambiente urbano, os cães. Nem todos os cães, quando infectados, apresentam os sinais da doença (emagrecimento, perda de pelos e lesões na pele).
Algum tempo depois do tratamento pode surgir uma forma secundária da [doença], chamada leishmaniose dérmica pós-kala-azar ou LDPK. Esta condição se manifesta primeiro como lesões de pele na face que gradualmente aumentam em tamanho e espalham-se pelo corpo. Eventualmente as lesões podem ser desfigurantes, deixando cicatrizes semelhantes a lepra e causando cegueira ocasionalmente se atingirem os olhos: contudo a doença não é a leishmaniose cutânea, mas uma doença causada por outro protozoário do gênero Leishmania, que também afeta neste estágio a pele.
LV Canina
A leishmaniose visceral é uma doença mortal de curso lento e de difícil diagnóstico, pois um cão pode estar infectado e não mostrar nenhuns sintomas exteriores.
É causada pelo protozoário Leishmania, transmitido pela picada de flebótomos (insetos) infectados. O cão é considerado o principal reservatório da doença no meio urbano, mas não o único, já o homem podem atuar como reservatórios (o que é uma situação rara).
Os sintomas no cão são bastante variáveis, sendo comum na Leishmaniose cutânea o aparecimento de lesões graves na pele acompanhadas de descamações e, eventualmente, úlceras, falta de apetite, perda de peso, lesões oculares (tipo queimaduras), atrofia muscular e, o crescimento exagerado das unhas. Em um estágio mais avançado, detecta-se problemas nos rins, no fígado e no baço, acabando o animal por morrer. Devido à variedade e à falta de sintomas específicos, o médico veterinário é o único profissional habilitado a fazer um diagnóstico da doença. É importante ressaltar que há um grande número de animais infectados que não apresentam sintomas clínicos (assintomáticos) porque a Leishmaniose pode ter uma incubação até 7 anos.
Mesmo sendo considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma das seis maiores epidemias de origem parasitária do mundo, focos de leishmaniose visceral canina continua-se expandir no mundo.
Na América Latina, a doença já foi encontrada em pelo menos 12 países, sendo que 90% dos casos ocorrem no Brasil, especialmente na região Nordeste, que possui o maior número de notificações: 1.634 casos registrados em 2007. O Ministério da Saúde do Brasil gerencia o Programa de Controle da Leishmaniose Visceral Canina, visando, entre outras ações, o diagnóstico sorológico dos cães positivos para Calazar e sua posterior eutanásia. Atualmente são utilizados dois métodos diagnósticos sorológicos, a Imunofluorescência Indireta (RIFI) e o Ensaio Imunoenzimático, também conhecido como Teste ELISA. Ambos se baseiam na busca de anticorpos anti-Leishmania em soro de cães. O Ministério recomenda a triagem com o método ELISA e a confirmação com a RIFI a um título de 1:40. São aceitos os resultados executados com kits diagnósticos fabricados pela Fundação OswaldoCruz/Biomanguinhos, distribuidor oficial do Ministério. Nas áreas endêmicas, os fiscais visitam as residências para realizar a coleta de sangue dos animais. Após o exame, os proprietários precisam aguardar cerca de 60 dias pelo resultado do teste para saber se o animal está infectado e se terá que ser sacrificado, já que com a portaria interministerial nº 1426 editada em julho de 2008, é proibido o tratamento da doença com produtos de uso humano. A opção de eutanásia de um animal de estimação é certamente para muitos uma decisão difícil, e muitas vezes procura-se por alternativas paliativas, recorrendo-se geralmente ao argumento de que a portaria não proíbe, contudo, o tratamento da doença com produtos específicos para animais; e que a validade da referida portaria encontra-se em discussão na justiça (o que não a torna inválida). Contudo é fato que o animal contaminado, quando sob tratamento – quer humano quer específico ao animal – embora possa em uma parcela dos casos apresentar remissão dos sintomas da doença, permanece infectado com o parasita em sua forma ativa, e por tal constitui um reservatório da doença no ambiente em questão. Acrescido a presença do agente vetor em tais ambientes, o que geralmente é a situação dada a contaminação do animal, tal configuração caracteriza-se como uma situação de risco iminente aos demais no ambiente, incluso sobretudo os seres humanos, risco muito agravado em caso de presença de crianças e idosos. Muito pior do que se obter um diagnóstico soropositivo para leishmaniose em um animal de estimação é certamente obter um diagnóstico soropositivo para a doença em um membro da família. O tratamento, que da mesma forma que no animal apenas ameniza os sintomas, é complicado e prolongado, exigindo quase sempre internação para a companhamento do processo dado o risco de morte diretamente associado à medicação. A medicação para uso humano é proibida para animais dada a crescente adaptação e resistência dos agentes etiológicos às drogas conhecidas (ver tratamento); as drogas aplicadas nos primórdios dos avanços no tratamento da referida doença, que remontam ao início do século XX, são hoje ineficazes, sendo as hoje utilizadas muito mais agressivas ao próprio organismo do hospedeiro do que as inicialmente aplicadas. A eutanásia dos cães contaminados é uma decisão dificil para os donos, mas os cães em estado muito debilitado, talvez seja a única solução.
Na Europa está a ser utilizada a vacina anual e preventiva contra a Leishmaniose do Laboratório Virbac. A protecção é aproximadamente de 90%. Sendo aconselhado também o uso de coleira anti-parasitária e/ou pipetas. Antes da vacinação, tem que se proceder a teste de diagnóstico, para se saber se o cão jà é portador da doença. Caso o teste dê positivo, o cão não pode ser vacinado. E, o Médico Veterinário aconselhará a melhor tratamento a seguir.
No Brasil, existe no mercado há 5 anos uma vacina contra a Leishmaniose Visceral Canina, a Leishmune, do laboratório Fort Dodge Saúde Animal, registrada no Ministrério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) desde 2003. Além desta vacina, existe uma outra do laboratório Hertape, em que, após vacinação, o animal continua negativo no exame de RIFI, diferente da vacina Fort Dodge. A vacina confere proteção superior a 92% e já protegeu mais de 70.000 cães vacinados em todo o Brasil. É importante ressaltar que os animais vacinados apresentam resultados negativos nos kits ELISA atualmente licenciados pelo MAPA (Kit Biogene e Kit Bio-Manguinhos).
O programa vacinal deve ser associado a outras medidas de controle, como combate ao inseto vetor (flebótomo), com a aplicação de inseticida no ambiente e o uso de produtos repelentes no cão.
Os flebotomíneos são cruciais na transmissão da leishmaniose visceral, que ocorre quando os insetos se alimentam sobre homens ou animais infectados. A seguir, o crescimento dos flagelados no tubo digestivo do vetor torna-se suficiente para assegurar sua inoculação em hospedeiros susceptíveis.
Se, pouco depois de infectar-se, o flebotomíneo volta a alimentar-se com sangue, o crescimento dos flagelados pode ser inibido. Mas se a segunda refeição for feita com sucos de plantas (ou, nas condições de laboratório, com passas ou soluções açucaradas), as formas promastigotas multiplicar-se-ão abundantemente no tubo digestivo do inseto. Quando ele ingere novamente sangue, poderá regurgitar com o sangue aspirado grumos de leishmanias (promastigotas infectantes) que cresciam no esôfago e no proventrículo.
Em vista do tempo requerido para o crescimento abundante dos flagelados e da vida curta dos insetos adultos (cerca de duas semanas ou pouco mais), é necessário que o flebotomíneo se infecte muito cedo, talvez por ocasião de suas primeiras refeições sanguíneas, para que possa efetuar a transmissão do calazar.
A proporção de insetos encontrados com infecção natural é sempre muito baixa. Assim, a transmissão fica na dependência de existir, nos focos americanos, uma densidade grande de Lutzomyia longipalpis, fato que se constata nas áreas de leishmaniose visceral, mesmo no interior das casas, sempre que haja um surto epidêmico.
Outro mecanismo de transmissão possível, entre os animais, é a transmissão direta, sem flebotomíneos. Em certas áreas endêmicas, observou-se a pequena densidade de insetos vetores, raros casos humanos e grande incidência do calazar canino. Como os flebotomíneos aí mostravam poucas tendências em picar os cães, supôs-se que a propagação pudesse ter lugar por contato sexual, tanto mais que em diversas pesquisas pôde-se comprovar o parasitismo da glande e da uretra dos cães por leishmanias.
A leishmaniose é uma doença que já existia desde tempos pré-históricos e que existe até hoje na maior parte do mundo. Entre 1985 e 2003 houve um aumento do número de casos e ampliação de sua ocorrência geográfica, sendo encontrada atualmente em todos os Estados brasileiros, sob diferentes perfis epidemiológicos. Estima-se que, entre 1985 e 2003, ocorreram 523.975 casos autóctones, a sua maior parte nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte do Brasil. É mais de 10 vezes mais comum no Norte que no Sul do país.
Estima-se que a Leishmaniose (tegumentar e visceral) no ano de 2003 apresentava uma prevalência de 12 milhões de casos no mundo e que 350 milhões de pessoas viviam nas áreas com risco de contrair a doença. Segundo a OMS, 2 milhões de pessoas são contaminadas todos os anos (1,5 milhões de casos de leishmaniose cutânea e 500 000 casos de leishmaniose visceral). E esse número parece estar aumentando.
Essa doença está espalhada por 88 países, dos quais 72 são países em desenvolvimento. A grande maioria dos casos de Leishmaniose visceral ocorrem no Brasil, Bangladesh, Índia ou Sudão. A grande maioria dos casos de leishmaniose cutâneo-mucosa ocorrem no Brasil, Bolívia ou Peru. E a maioria dos casos de leishmaniose cutânea ocorrem no Brasil, Afeganistão, Irã, Peru, Arábia Saudita ou Síria. Mais de 90% dos casos ocorrem nesses países, sendo o Brasil o único a reunir grandes números de casos dos 3 tipos de leishmaniose.
Os casos são mais comuns nas áreas de criação de gado onde os animais também são vítimas da doença e ocorrem contaminações cruzadas (do homem para o animal e do animal para o homem).
Progressão e Sintomas
Uma infecção por leishmanias pode tomar dois cursos. Na maioria dos casos o sistema imunitário reage eficazmente pela produção de uma resposta citotóxica (resposta Th1) que destrói os macrófagos portadores de leishmanias. Nestes casos a infecção é controlada e os sintomas leves ou inexistentes, curando-se o doente ou desenvolvendo apenas manifestações cutâneas. No entanto, se o sistema imunitário escolher antes uma resposta (humoral ou Th2) com produção de anticorpos, não será eficaz a destruir as leishmanias que se escondem no interior dos macrófagos, fora do alcance dos anticorpos. Nestes casos a infecção (apenas L. donovani irá se desenvolver em leishmaniose visceral), uma doença grave, ou no caso das espécies menos virulentas, para manifestações mucocutâneas mais agressivas e crónicas. Um indivíduo imunodeprimido não reage com nenhuma resposta imunitária eficaz, e estes, especialmente os doentes com SIDA/AIDS, desenvolvem progressões muito mais perigosas e rápidas com qualquer dos patogénios. Em Portugal, Espanha, Itália e França este grupo tem ultimamente formado uma percentagem grande dos doentes com formas de leishmaniose graves.
A leishmaniose visceral, também conhecida por kala-azar ou febre dumdum, tem um período de incubação de vários meses a vários anos. As leishmanias danificam os órgãos ricos em macrófagos, como o baço, o fígado, e a medula óssea. Os sintomas mais comuns do kala azar são:
Febre prolongada,
Úlceras escuras na pele
Aumento do baço (esplenomegalia),
Aumento do fígado (hepatomegalia),
Leucopenia,
Anemia,
Hipergamaglobulinemia,
Tosse,
Dor abdominal,
Diarréia,
Perda de peso e;
caquexia.
A leishmaniose cutânea tem uma incubação de algumas semanas a alguns meses (geralmente) assintomáticos, após o qual surgem sintomas como lesões na pele (pápulas ulcerantes) extremamente irritantes nas zonas picadas pelo mosquito, que progridem para crostas com líquido seroso. Há também escurecimento por hiperpigmentação da pele, com resolução das lesões em alguns meses com formação de cicatrizes desagradáveis. A leishmaniose mucocutânea é semelhante mas com maiores e mais profundas lesões, que se estendem às mucosas da boca, nariz ou genitais.
No Brasil, o maior número de casos são registrados nas regiões Norte e Nordeste, onde a precariedade das condições sanitárias favorecem a propagação da doença. Mas o aumento do número de registros na Região Sudeste mostram que todo o país corre risco de epidemias de Leishmaniose. O interior paulista tem assistido a um crescimento grande do número de casos. Em 1999, Araçatuba enfrentou uma epidemia. Birigui e Andradina também registraram alto número de casos da doença. Em 2003, Bauru passou a registrar a doença de forma endêmica. Em todas essas cidades ocorreram óbitos, e há o risco da doença chegar a grandes centros urbanos paulistas de forma endêmica, como Campinas, Sorocaba, Santos e São Paulo.
Em Campo Grande, capital sul-matogrossense, a incidência da doença também é alta, principalmente em cães que são frequentemente recolhidos pelo poder público e submetidos a eutanásia. Tal atitude tenta conter a doença na cidade, mas nada é feito quanto ao combate efetivo do mosquito transmissor.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde de Corumbá, em 2006, 52,43% dos cães da cidade tiveram diagnóstico positivo para leishmaniose visceral.
A leishmaniose é considerada pela DNDi como uma doença “extremamente negligenciada”, assim como a doença do sono e a de doença de Chagas. Isto porque, em razão da prevalência em regiões de extrema pobreza, não há interesse por parte da indústria farmacêutica em desenvolver novos medicamentos para essas doenças.
Embora os agentes do serviço de controle de zoonoses geralmente cumpram com regularidade as atividades que lhe são incumbidas, ressalva significativa é feita quanto ao fato de que estes (quase?) nunca encaminham, ou sequer aconselham, os moradores da residência associada a um animal positivo-diagnosticado a também realizarem os exames diagnósticos associados. Aparte os motivos de tal atitude, os exames são geralmente simples, rápidos e baratos. Mostram-se acessíveis a todos via postos de saúde públicos ou mesmo na rede particular, e devem ser feitos por todos os moradores da residência onde haja o diagnóstico de um animal com a doença. Até o ponto em que se sabe – contradizendo as estatísticas divulgadas na mídia de enorme número de casos em animais e poucos em humanos – tanto homens quanto os cachorros, gatos, e demais mamíferos do ambiente doméstico – como ratos – estão igualmente suscetíveis à contaminação.
Tratamento para os cães
Os tratamentos existentes não curam a doença, mas estabilizam-na. Podendo, no entanto, haver recaídas.
Entre as moléculas mais utilizadas no tratamento da leishmaniose canina estão os antimoniais, o Milteforan do Laboratório Virbac, assim como Leishguard do Laboratório Esteves. O medicamento alopurinol é administrado diariamente.
Vacina
Foi desenvolvida pelo Prof. Wilson Mayrink, pesquisador do Departamento de Parasitologia da Universidade Federal de Minas Gerais, recebeu o registro do Ministério da Saúde e agora pode ser comercializada no Brasil. Segundo o Prof. Mayrink, a vacina está sendo testada na Colômbia e no Equador, sob a coordenação da OMS. Os testes estão em fase final e, até agora, os resultados são semelhantes aos do Brasil. O pesquisador está otimista também com os resultados dos testes da vacina preventiva, realizados nos municípios de Caratinga e Varzelândia, em Minas Gerais. Ele acredita que, nos próximos dois anos, a vacina preventiva também possa ser produzida em escala industrial e comercializada em todo o País.
8198 – Monitoramento de epidemias pelo celular
Pesquisadores da Escola de Saúde Pública de Harvard, em Boston, criaram uma estratégia de combate à malária com base em torres de transmissão de sinal de celular. Dessa forma eles descobriram, por exemplo, que pessoas que faziam ligações ou enviavam mensagens perto da torre de transmissão da cidade de Kericho, no Quênia, faziam viagens para fora da região 16 vezes mais do que a média, e também eram três vezes mais propensos a visitar a região do Lago Vitória, um dos grandes lagos africanos, identificado como um dos principais focos da doença. A causa de tanta movimentação foi identificado por imagens de satélite: uma plantação de chá que tinha muitos migrantes ficava próxima à torre de Kericho.
Essa pesquisa pode ajudar a detectar os principais focos nos quais a doença deve ser combatida prioritariamente, além de ser uma feramente útil para controle de movimentação de pessoas, uma vez que muitos países mais pobres não conseguem fazer essa contagem de forma eficiente.
Esse tipo de informação também pode ajudar em campanhas de prevenção baratas, como por exemplo, enviar mensagens de texto a pessoas que entram na zona de cobertura da torre de Kericho alertando sobre o uso de mosqueteiros. A estratégia ainda tem a vantagem de funcionar com diversos tipos de telefone, inclusive aqueles mais simples, que só fazem ligações e mandam mensagens.
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