segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Hepatite C – Especialistas alertam para a importância de se cuidar bem.





















Hepatite C – Especialistas alertam para a importância de se cuidar bem.
Especialistas alertam para a importância de cuidar bem do fígado e prevenir contatos com uma hepatite.
Diariamente, milhares de pessoas sofrem ao serem diagnosticadas com o Vírus HCV, causador da Hepatite C, uma inflamação no fígado contraída através de sangue contaminado. Ao contrário das hepatites A e B, na maior parte dos casos, a Hepatite C não apresenta sintomas na fase aguda. É preciso ficar atento com a saúde e quando surgirem quaisquer suspeitas, a atenção precisa ser redobrada. Estatísticas indicam que mais de 80% de pessoas contaminadas pelo HCV poderão desenvolver hepatite crônica e só descobrirão que possuem a doença ao fazerem exames por outros motivos, como por exemplo, doação de sangue.
A prevenção da Hepatite C é feita, primeiramente, com o rigoroso controle de qualidade nos bancos de sangue do Brasil. E depois, com o controle que cada um deve fazer de sua saúde. Boa alimentação e fazer exames para diagnosticar se existe alguma contaminação. Os médicos alertam: pessoas que tenham recebido transfusão de sangue antes da década de 90 precisam ficar atentas. “Nesta época não se conhecia a Hepatite C, e as pessoas podiam ser contaminadas por diferentes vírus, atualmente, identificados”, afirma a Dra. Eloíza Quintela, cirurgiã e especialista no tratamento de doenças do fígado - Unidade de Fígado - São Paulo.
            Ela afirma que o tratamento existe e o primeiro passo é procurar um profissional da saúde e solicitar as sorologias para vírus B e C.
O índice de cura chega a 60% incluindo os pacientes que mesmo tendo o vírus não desenvolve a doença, pois permanecem com a chamada carga viral negativa (PCR quantitativo).
            Mesmo assim os números são assustadores. De cada 100 pessoas contaminadas, 30% não desenvolvem a doença e outros 70% se tornam portadoras crônicas. Destes, 40 terão uma doença leve e o restante tende a desenvolver fibrose hepática mais acentuada (Cirrose).
A cirrose hepática ataca o fígado e chega a "feri-lo" de tal forma que o paciente precisa ser submetido a um transplante do órgão.
Em estágios mais avançados, apenas 2% dos que contraem a doença, evoluem com câncer de fígado.

Hepatite C:

O que é?
A hepatite é uma doença caracterizada pela inflamação do fígado, provocada por diferentes tipos de vírus, representando um grande risco à saúde, já que pode comprometer o funcionamento do fígado. É imprescindível alertar que a hepatite C costuma ser assintomática (sem sintomas) e pode ficar incubada aproximadamente 30 anos no organismo humano; por isso a importância do diagnóstico precoce, que pode ser feito em exames de sangue (detectam anticorpos sanguíneos anormais).
Como se contrai?
Sangue e subprodutos contaminados (não submetidos a testes de banco de sangues), usuários de drogas intravenosas (agulhas e seringas), materiais hospitalares, odontológicos, de tatuagens, de manicures e barbeiros não esterilizados devidamente, sexual sem o uso de preservativos(embora seja baixa a infectabilidade por esta via), profissionais da área da saúde, de mãe para filho na gestação e no parto.
Como se transmite?
Através de exposição a sangue contaminado.

Como de faz o diagnostico?
Através da dosagem no sangue de enzimas do fígado e testes chamados sorológicos - sorologias para hepatite A, B, C, delta, E, F e G.

Quais são os exames  mais importantes para o tratamento da hepatite C?
-     Dosagem no sangue das enzimas hepáticas: TGO (AST) e TGP (ALT),
-     Carga viral- PCR( exame que permite identificar se o vírus esta multiplicando ou não dentro do seu organismo),
-     Genótipo do vírus- identifica a família do vírus. Se o mesmo pertence a subgrupos pouco agressivos (A) ou mais agressivos (B).
-     Ultrassom do abdome: para avaliar textura, forma e outras alterações como tumores no fígado.
-     Biópsia do fígado: mostra o dano já causado no tecido hepático. Indica o grau de necrose celular (morte de células), inflamação (infiltração celular e inchaço), e icatrização (tecido cicatrizado). O grau da fibrose   “endurecimento” do órgão.

Como se trata?
Irá depender dos exames de cada paciente, das alterações  demonstradas, da carga viral, dos níveis das enzimas do fígado( TGO e TGP), dos sintomas, etc.
Atualmente o tratamento é feito com o uso de interferons( uso subcutâneo) e ribavirina (antiviral de uso oral).
O tempo de tratamento será definido pelo genótipo do vírus e carga viral. Habitualmente de 12 a 48 semanas.

Após o tratamento como se deve realizar seguimento?
Realize as enzimas do fígado (TGO e TGP) em intervalos de 2-6 meses. Nos pacientes com boa resposta terapêutica, repetir o PCR - carga viral, de 3 , 6 e 12  meses após o término da terapia medicamentosa para avaliarmos a RVS- resposta viral sustentada = cura.

O tratamento causa muitos efeitos colaterais?
È muito pessoal. Cada caso, cada organismo pode reagir de uma maneira. Na indução do tratamento é comum febre e dores de cabeça ou muscular (sintomas estes que podem ser prevenidos com outros medicamentos).
A perda de peso pode ocorrer, e deve-se aos medicamentos.
Queda de Leucócitos ”glóbulos brancos e soldadinhos do corpo” (causada pelos interferons) e anemia ”causada pela ribavirina” irão acontecer, assim como: queda dos níveis das plaquetas” auxiliadoras da coagulação”.

O governo paga todo o tratamento?
Sim. Os medicamentos são caros e o SUS (Sistema Único de Saúde) através do Programa Nacional de Prevenção e Tratamento das hepatites Virais do Ministério da Saúde fornece todo o tratamento gratuitamente.
Informe-se com seu médico como proceder para o credenciamento junto ao programa em sua cidade ou Estado.

Toda pessoa que tem hepatite C irá precisar no futuro de um transplante de fígado?
Claro que não. Se após o tratamento você conseguiu entrar na RVS - resposta viral sustentada, com PCR - carga viral negativa e enzimas do fígado no sangue normais (TGO e TGP), é muito improvável que precise de cirurgia.
Porém, se ocorre o contrario: enzimas alteradas, carga viral positiva e progressão de exames de sangue: creatinina, sódio, albumina, bilirrubina, e tempo de protrombina (exames solicitados no seguimento e que avaliam a progressão da doença), levando a uma insuficiência hepática, você deverá ser avaliado por uma Equipe de Transplante.

Outras Informações:
Dra. Eloíza Quintela
Especialista no Tratamento de Doenças do Fígado
Unidade de Fígado – São Paulo - SP (11) 3747-3018
e-mail: quintela@usp.br<

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